sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Eleições 2014

Não quero ser polêmica, mas preciso da ajuda dos meus amigos não tão desacreditados e mais politizados que eu. De verdade, como lidar com a questão política no Brasil?



Em meio a tanta revolta e decepção, e das minhas falas inflamadas de que a política no Brasil é mesmo uma merda, com o perdão da expressão, fui à urna no último fim de semana exercer o meu direito, ou melhor, cumprir a minha conquistada obrigação de votar (estranho heim?!?!) - símbolo maior da democracia o voto OBRIGATÓRIO (Cuma?!?!?). E confesso: nunca fui votar tão inconsciente como hoje.

Fui inconsciente, primeiro porquê o discurso de que todo mundo é ladrão, não exime o eleitor de sua culpa quanto ao destino do país, ao menos que os mesmos boicotassem as eleições, fato que anunciaria o Apocalipse no Brasil, suponho eu. Votei em Aécio no primeiro turno, mesmo reconhecendo que é um pilantra e diz isso claramente com sue sorriso: precisamos voltar a ter oposição, embora não tenha medo que o país Canarinho vire uma nova Cuba, considerando que os bancos nunca lucraram tanto como na gestão do PT....  Não MARINEI e reconheço que me arrependi de não ter dado meu voto a Marina. Não por ser mulher, ou por ser negra porque eu não seria leviana de dar meu voto a alguém que não trabalhe pelo todo, considerando suas particularidades obviamente, mas, deveria ter votado nela justamente por ter abandonado um discurso pobre e se diferenciado dos demais quando demonstrou independência e opinião, as quais concordemos ou não, paramos para ouvir, pois a sua história de vida impõe respeito e demonstra coragem. Embora não tenha uma base sólida para tocar o país pra frente, o governo Lula é a prova de que uma vez no poder as alianças acontecem.

Enfim, sei que Marina ainda não convenceu a maioria, mas num cenário político decadente, onde os eleitores são infantilizados pela corte do PT enquanto Dilma age como um trator que rasgando a Constituição Federal, se valendo do potencial do nosso país para dizer que desenvolveu a Nação, quando na verdade está torrando tudo e do outro lado da moeda tem a cara de Aécio Neves nos obrigando a ouvir um elitista sem noção que franze a testa enquanto vomita claramente o modelo de país que pretende construir. Não tenho escolha: incapazes de assumir compromissos. PT ou PSDB, corruptos, ambos.

Nessa encruzilhada, nenhum dos caminhos aponta para uma saída política de profundidade, capaz de reduzir as desigualdades sociais promovendo a cidadania através de um novo padrão de relações econômicas, sociais e culturais.

Como faremos para chegar ao berço esplêndido?

Dia das Crianças


Nunca liguei muito pra datas especiais sejam aniversários, datas de namoro, casamento, dia de mãe, pai, avó dentre tantas outras datas que parecem terem sido criadas apenas pra atormentar quem tem e quem não tem o que comemorar.

Mas, especialmente esse ano, tenho um motivo a mais para celebrar o dia das crianças: sou mãe em duplicata agora, isso significa que tenho, assim como tantas outras mulheres que conheço, a dupla missão de me equilibrar entre as lutas diárias e a saudade dos pequenos prazeres roubados por elas: o resultado da equação é a inúmera quantidade de oportunidades pra brilhar que surgem em sustos e certezas de que tenho feito o melhor para conduzir meus pequenos pedaços de algodão doce em caminhos melhores que os meus e de tons mais verdes, como a esperança tem que ser...

Nem tudo é perfeito nesse caminho, ao contrário disso, Kriptonitas se materializam e sugam as forças da gente quase que diariamente: as contas da casa, o carro quebrado, aquela pessoa que insiste em saber se você bebe, se fuma, se trepa, uma pia de prato sujo ou aquele olhar que julga o tempo inteiro insinuando que o fato de ser mãe te desumaniza: tsc, tsc, tsc... Ser mãe pra mim é assumir a feliz responsabilidade por uma vida, é um estado de felicidade e plenitude acerca de todo o ônus (que existe sim!) que o ser MÃE carrega, conscientemente de que o amor, de fato, ajuda a suportar todas as pressões: eu não imagino como seria a minha vida sem ter um lugar para voltar, no qual sou sempre invadida pela ternura e o mundo parece novo quando acordo a cada manhã e planejo mais uma vez como serão os próximos dias – em grande parte das vezes, sai tudo diferente! Mas querem saber? É UMA MARAVILHA IGNORAR O FUTURO.

Por mais difícil que seja assumir o papel de Mulher na condição que a vida hoje se apresenta, repito que nós, mulheres, somos extremamente fortes porque entendemos que A FORÇA NÃO VEM DO VENCER, A FORÇA VEM DO LUTAR, e quando eu olho as fotografias deles, que ainda nem amarelaram, todas as dificuldades parecem ter sido holográficas: é como se a gente dormisse e elas perdessem muito de sua violência inicial...

Então, agradeço muito e incansavelmente aos meus filhos que em suas invencíveis doçuras bagunçaram a minha ordem e ordenaram a minha bagunça de uma maneira quase que perfeita: encheram de vida os espaços vazios, despertaram meus instintos de proteção, carinho, cuidado e fizeram de mim um ser humano tão mais humano.

 Emprestei a eles a minha vida e em alguns momentos quando penso no quanto acho que gostaria de ter ela de novo todinha pra mim, é justamente o instante em que eles sorriem...a eles dedico as minhas melhores qualidades foram eles que me tornaram rocha forte.

Entendendo que fui agraciada com a benção da maternidade, agradeço aos meus filhos por de alguma maneira terem me escolhido e lembro a todas as mães, que acima de tudo, que, daqueles que um dia foram semente em nosso ventre, brota a coragem, coragem de mulher com a imensidão do M de Mãe, de Mar e de Muito....

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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ser mãe...

Uma prosa sobre o ser mulher e ser mãe, nessa tarde de primavera para aliviar minha ansiedade florida... 

Dar à luz é uma transformação, não importa se você teve 500 filhos antes, nada é igual. E pra mim, será outra transformação na próxima vez que eu tiver outro filho, porque não serei mais a mesma mulher que era antes, nunca.

Pra mim, hoje, chegou a hora de parar de se preocupar, de pensar, de duvidar... Hora de ter fé que as coisas vão funcionar, talvez não como eu tenha planejado, mas apenas como está destinado a ser.


Por incrível que pareça, as noites sem dormir que estão por vir, não me assustam mais: nada mais está me assustando... Estou a dias, talvez a horas de dar à luz, e me sinto em paz... Sinto muitas outras coisas, mas o melhor: acima de tudo em paz, sensação de ter feito o melhor, o que inclui amor, leite e renúncia. Quanto ao amor, ah... ninguém nunca vai saber a força do meu amor pelos meus filhos, a não ser eles mesmos: os únicos que conhecem o som do meu coração - de dentro de mim.

Não se assustem com o que vou falar, mas eu, não nasci mulher: tornei-me mulher com a maternidade, que me permitiu mergulhar nas sombras, iluminar os medos e renascer além do que imaginava ser...

Carregar uma criança por nove meses é transformar-se por dentro e por fora: estiquei-me fisicamente o necessário para crescer emocionalmente e espiritualmente para dar a Igor tudo que ele precisava.Daqui a muitos anos, não importará os amores que tive, os carros que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto dinheiro consegui poupar, tampouco as roupas que vesti, mas tenho certeza que o mundo poderá ser um pouco melhor porque EU fui importante na vida de uma criança, aliás, de duas.

A vida só exige a força que você possui. Nós mulheres somos fortes, terrivelmente fortes: nós não sabemos o quão forte somos, até precisarmos ser.

Que nunca passe pelas nossas cabeças que ser mãe é um fardo, quando na verdade é uma dádiva do universo.




sábado, 14 de setembro de 2013

Carta ao meu pai...

Carta ao meu pai....

        
Hoje, 10 de Setembro de 2013,  tenho mais de 3 Kg; minha boca se parece com a sua, sou bochechudo como você era quando criança e nesse momento estou todo encaixado fazendo mamãe sentir dores, mas ela ri dos meus movimentos: já sei pular, esticar a perna; na última ultrassom dei cambalhota – ela quase morreu; chupo dedo e espreguiço, pergunta pra Caio quantas vezes ele viu a minha coluna, toda perfeitinha, mamãe tem razão: vocês sabem fazer filhos (e como!). Ah, pai, meu primeiro segredo pra você é o seguinte: vou nascer maior que Caio, mas não conte isso ao meu irmão porque ele detesta perder – isso mamãe já me avisou...

Pai, está bem perto de nós nos conhecermos; vou ouvir sua voz e sentir suas mãos quase que pela primeira vez; vou ouvir você respirar e você vai me sentir depois de 9 meses. Tenho certeza que você será um grande pai: mamãe me conta como você fazia com Caio quando ele estava na barriga dela, e ela me diz que a vida é muito engraçada, por que ela conseguiu, acerca das circunstâncias, fazer comigo tudo que vc fazia com meu irmão: ela conversa, canta, me dá pitoque na barriga, me grita, me impõe uma rotina pra eu reagir aos estímulos. Ela me aperta e segura meu pé (dizem que as mães pegam no pé desde cedo) eu me reto e não deixo ela dormir. Mamãe acha que vou parecer com ela, mas terei sua personalidade mais calma, menos emocional por conta das experiências que já tive. Tenho uma rotina, me movimento muito quase sempre nos mesmos horários, reajo a café e doces. Não gosto de dormir do lado direito – sempre deformo a barriga de mamãe nesse sentido. Às 17hrs é hora de brincar, fico agitado demais. Sinalizo pra mamãe quando ela precisa parar, chuto muito e faço que vou encaixar, ela não aguenta e sossega... Mamãe continua fazendo piada de tudo, ela diz que eu deformo ela e que tomo suco de frutas Gammy. Fala que sou raciado com macaquinhos e que tenho muita vontade de nascer. Acredita que ela já ameaçou mudar meu nome pra Bento? Caio não gostou, e lá em casa, somos 2 meninos: maioria venceu.

Tem comidas que mamãe faz que eu gosto: mamãe tá numa dieta natureba, então adoro grão de bico, chá de camomila, peixe e hummmm....: torta de limão que ela faz! Já sei, já sei, você também gostava...

É papai, seríamos quatro, agora seremos sempre Três + um: não, o mundo não vai se acabar, só será um pouco mais doloroso, afinal em algum momento os frutos da história de vocês serão repartidos com outras vidas que no fundo no fundo não saberão exatamente de onde e como viemos, nem o que vivemos juntos.

Mamãe já comprou as minhas coisas, organizou meu enxoval, fez meu chá de bebê, providenciou as lembrancinhas da maternidade, vai pintar meu quarto, escolheu meus móveis, fez todos os exame e consultas de pré natal (pai, minha mãe é muito chorona!), me contou histórias a seu respeito para que eu não absorvesse os sentimos ruins que ela ora sentia por você. Mamãe reservou muito amor pra me receber, talvez na tentativa de suprir uma distância.... Pai, quando Caio me beija eu pulo pra ele ver que eu sou forte, ele acha que eu fico nadando...

Mamãe fala de você pra mim, diz que será um grande pai. Eu não vou entender muita coisa, a mim não caberá saudade de tempo algum porquê não saberei comparar. Também não conte isso a Caio, pois é meu segundo ponto de vantagem.

Já está perto, você me verá nascer, vai me dar o primeiro banho e tirar minhas fotos – se lembra da poesia das imagens? Não sei que sensações provocarei em você, não sei se a minha vinda ao mundo melhorará a forma como vocês o enxergam. Ninguém sabe como será, planejamos apenas. Mamãe diz que tem medo, mas essa é a parte triste que ela não me conta em voz alta, ela não gostaria que eu sentisse, mas às vezes é como se o friozinho das lágrimas me alcançassem, como se involuntariamente elas chegasse até mim. Aí mamãe conta uma piada, lê um livro, vê nossas fotos, respira e pensa que vai passar.

Papai, eu resisti a tudo que vivi. Vou ser forte mesmo, vou completar a família que minha mãe sente falta. Vou preencher e trazer liberdade emocional à ela. Tenho certeza que quando ela me olhar, ela vai ser livre de todas essas dores que ela guarda no coração que fica lá um pouco acima de onde estou agora (tá apertado já!!), ela está cuidando bem para que não tenha contato com esse coração dela... E eu vou te amar muito, porquê quando você me olhar, você vai se lembrar de tudo de bom que a vida permitiu que vocês construíssem juntos, ainda que não tenha sido sólido o suficiente, os frutos serão eternos.

Pode marcar no seu calendário, em menos de um mês estarei aqui nesse mundão, pra que a gente possa enfim se conhecer.



domingo, 8 de setembro de 2013

Sobre o sentir dor....

Detesto a idéia de sentir dor. Nos últimos tempos, quando eu penso em dor, engraçado que não faço nenhuma associação com a dor física. Tive algums experiências traumáticas fisicamente falando, seobretudo no pós parto de Caio, mas, com excessão disso, dor física pra mim, significa ir ao dentista.
Mas a dor psíquica, ahhhh, essa sim, me faz acreditar em inferno, e é aqui. A dor psíquica não é tão breve, pode durar a vida toda e deixar sequelas bem profundas, sobretudo quando a dor tem origem nas levianas insistências...
Pra quem tá observado é mais fácil ver quando o de novo, de novo, de novo não vai dar em nada, tudo conspira contra mas a gente insiste na perseguição do troço, pq ninguém gosta de fracassar. Mas há fracassos que não são só nossos, e todas as iniciativas partem do princípio que serão bem sucedidas.
Então, resolvi propagar ao mundo o melhor conselho, e um dos mais dolorosos também, ao contrário do que dizem todos os livros de auto ajuda: de-sis-ta! Desistir é a melhor coisa que se pode fazer quando não se consegue encaixar um sonho em um determinado lugar. Se nada de positivo aparece como saldo resultante de tanto empenho, hora de admitir: escolha errada...





domingo, 1 de setembro de 2013

Reta Final

Início de Setembro, reta final da minha gravidez. Foram meses muito difíceis: pelo desgaste emocional, pela solidão, pelo esgotamento físico, pelo medo, nossa, tem sido muito difícil. Nunca achei que algum dia em minha vida fosse passar pela experiência de ter um filho sozinha, nunca me vi tão rapidamente fora da minha própria vida, tampouco imaginei um dia escolher um pai para os meus filhos que não fosse capaz de estar ao meu lado em um momento tão delicado, mas aconteceu.
Esses últimos dias tem sido quase impossíveis, sobretudo porquê não consigo mais transpor as minhas limitações fisícas como me  locomover por exemplo, e questões como essa me fazem cair em duas opções: pagar - mas a grana tá curta, ou incomodar alguém que de certa forma não tem nada haver com o meu estado grávido.
Somado a isso, está o fato da minha residência, ou melhor, falta dela - por motivos burocráticos. Minha vida tá literalmente uma bagunça com móveis e pedaços de coração espalhados por todo lugar....
Não desejo mesmo isso que vivo pra ninguém: é um desdobramento pra não pirar. Entendi mais que nunca a frase " afasta de mim esse cálice...", entendi também que não tenho esse controle, e só me resta viver com a esperança de que o tempo seja mesmo o melhor remédio...
Não consigo me distanciar das minhas mágoas. Não consigo esquecer os rostos. Não consigo deixar meus porquês engavetados, só quem vive é que sabe. Às vezes saio sorrindo por aí, mas no fundo só eu sei a falta que a paz me faz...
Agora, sem dúvidas, eu sou mesmo forte. Não quero me comportar como vítima, mas acho que a vida poderia ter sido mais amena comigo, e, que ninguém me venha com a história que existem muitas pessoas em situações piores: ainda que hajam, isso é balela, e eu não vim nesse mundo pra passar perrengue desse jeito não.... Não sei quando as coisas terão um ponto final de tristeza de verdade, mas já não erro mais em permitir - meu grande erro... A culpa é uma merda, sobretudo quando de verdade descobri que em minha história não há nada que me condene, fiz sempre mesmo o melhor que pude e dei sempre o que tinha - fazer o que não se sabe ou dar o que não se tem é humanamente impossível...
Aí tem as tardes de domingo, que são sempre tristes e chuvosas, ainda que faça sol: sou eu, o sol ainda não está em mim...
Me sinto muito triste esses dias, muito triste mesmo - um somatório de coisas e fatos converge para isso. Em algum momento me perdi e foi tudo mais forte que eu, mas vai passar...
E eu que sempre tive uma habilidade imensa de sorrir, me vejo sem controlar tantas e tão confusas emoções - não queria que ficasse nada de ruim aqui dentro, mas ainda não encontrei o caminho, a liberdade... Queria mesmo que meus pés me levassem para algum lugar bem longe onde não pudesse existir nenhum tipo de passado, onde a realidade fosse indolor... Queria abraçar meus filhos todos os dias, sem que houvesse falta no abraço, sem que houvesse memórias no cheiro dos cabelos. Queria que o fato de estar me bastasse como motivo.
De qualquer maneira agradeço a vida pelos que nunca me deixaram.


domingo, 21 de julho de 2013

O maior de tudo

Hoje chorei. Chorei muito. Chorei porque por mais que eu tenha tentado, não consegui controlar metade das coisas que aconteceram em minha vida: vivo contornando-as. Chorei porque senti Igor mexer muito forte, como se quisesse me dizer alguma coisa e eu não tinha ninguém ao lado pra dividir aquela sensação. Depois chorei de alegria porque ele está vivo, porque ele ainda tão pequenino me ensina muita coisa... Chorei de alegria porque no fim das contas, eu sou mesmo forte. Chorei porque me senti intensamente cansada e não posso parar.... 
Agora, terminando esse post, eu sorri. Sorri por ter sofrido e decidido continuar tão docemente...