sábado, 23 de junho de 2012

Forró

É, acho que estou ficando boa nisso! Acabo de chegar em casa com os pés exaustos de tanto dançar, ainda que tenha usado sapatilhas...
Decidi vir aqui, registrar o prazer que sinto em dançar, e o arrependimento que tenho de nao ter descoberto isso antes... Nao poderia dormir, sem publicar o quanto dançar me lava a alma... (e dizem que eu tenho talento, e, quer saber - eu acredito!).
Dancei, dancei, dancei pra me renovar. Dancei para que em mim, tudo que estiver calado, guardado, escondido se solte. Dancei pra me sentir mulher quando a saia subisse. Dancei porque dançando eu esqueço a saudade, embora já tenha me convencido de que é preciso viver uma outra história.
Dancei. E quando eu sentia os olhos úmidos eu dançava de novo. E quando eu queria meu xodó eu dançava mais forte. E de repente, quando eu olhava ao redor,  toda tristeza passava e eu me sentia única e voltava a acreditar novamente no amor que eu tenho pra dar. E senti vontade de voltar pra casa e bater na porta e abraçar, e dizer, ok, acabou, podemos parar de nos machucar... Podemos nos perdoar e fazer de conta que foi tudo um sonho ruim. Mas penso que sendo assin, teria que pedir pra vc tirar suas coisas da gaveta e avisar que ia me mudar de novo (tomara que nunca leia isso...)...
Mais o melhor de tudo é que eu tenho me sentido viva. Viva!
Descobri em mim, mais um talento, mais um prazer, mais uma forma de exorcisar os meus fantasmas e gritar pra mim que eu sobrevivi. De carne e osso, eu tava ali, dançando, vivendo, sorrindo de novo... E enquanto eu dançava, eu cantava e agradecia - pelo dia, pelas flores, pela saudade e pelas dores que fizeram de mim um ser mais leve e capaz de dançar sobre as mais ásperas superfícies....

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Diferente de mim outra vez

Não é um novo você, mas sou eu quem está tendo o privilégio, de, ainda nessa vida, ser diferente de mim outra vez.
Eu sabia que terminaríamos, desde o inicio. Não saberia que doeria tanto, que era tanto, que era muito mais do que se pode saber, ninguém pode saber um amor, entender, tanto que terminou sem discurso, terminou sem deixar nada do que houve de melhor... Você quase pediu pra eu te deixar, aliás, você realmente pediu, sem falar nenhuma palavra e naquele dia que poderia ter sido ameno, me vi desistindo de um jantar e de nós dois... eu em constante estado de paixão e  luto, me preparando para o amor e para dor ao mesmo tempo, achando que isso sim era maturidade... Que boba que eu sou. Jamais deixei de ter 15 anos, nem quando tive 20 nem quando fiz quase 30. Você lembra o quanto eu chorei aquelas noites, lembra sim, vc não pode ter esquecido, em mim toda a frustração e desespero, como se a culpa fosse minha e não sua, como se existisse culpa para o fim de um relacionamento que simplesmente não tinha mais combustível, nem estrada.
Esse final de amor me roubou o juízo - eu era uma mulher de classe, consciente, jamais perdia o chão desse jeito. Já sofri outras vezes, mas sofria sem essa vertigem que faz parecer que a queda não tem fim e que não vou acordar tão cedo...
A parte quase engraçada  da história, é  que hoje, eu acordo cedo todos os dias, inclusive feriados.... Vou ao mercado, ando de bicicleta e corro, jogo vôlei e agora danço forro, xote, baião, e o que mais ocorrer... tenho Cd's de Luiz Gonzaga e Santana. Estou com o corpo que sempre sonhei. Minha barriga meio que sumiu por milagre, meus ombros são dois ossos pontiagudos, as calças sobram na cintura... A dieta da dor de cotovelo funcionou melhor que o photoshop...
As vezes me pergunto, como vc não se sente como eu me sinto? Como amou tão rápido a sua nova vida? Nenhuma mulher aceita isso sem planejar assassinatos múltiplos, vc correu o risco pq tenho certeza que lá no fundo sabe que eu sou ponderada, aliás, ponderação é uma farsa que eu sustento bem...
Quanto a mim, reconheço que estive doente, mas comecei a recuperar a minha lucidez perdida, isso significa que parei de tentar compreender absolutamente as coisas e comecei a aceitar que a vida não vem com manual de instruções. Fácil não tem sido, mas, consigo finalmente me libertar de certas crendices.
Preciso que saiba que NUNCA DEIXAREI DE PENSAR EM VOCÊ, pq você foi o amor menos elaborado que eu tive, menos politicamente correto,  menos o cara certo na hora certa, menos idealizado, foi a maior construção de um sentimento que eu fui capaz de viver ate hoje.
Mas os impactos se sucedem e devido a tudo que passamos, hoje sou uma mulher menos assustada com a dinâmica incontrolável dos vínculos afetivos. 
Não estou mais tão só. Não me pergunte se eu estou feliz, apenas não estou só. Novamente me encontro em um relação sem alicerces. 
Como explicar quem ele é? Se cruzassem os nossos perfis em um site de relacionamento, haveria um curto circuito parecido com o que nós dois provocamos no passado, lá pelo ano de 2003, quando encarei voce como uma excessão no meu curriculum vitae, sem cogitar a hipótese de que a compatibilidade amorosa talvez seja a verdadeira avis rara das uniões.
Acho que me apaixonei. Um homem com total domínio das suas responsabilidades profissionais, que tem respeito pelos amigos, uma rotina saudável de esportista, não fuma, bebe muito pouco, anda de moto - poderia parecer um detalhe charmoso se fosse um filme, mas é a vida dele, e agora a minha também.
Bastaria rejeitá-lo, bastaria deixar de atender seus telefonemas, manifestar desinteresse, porém não é tão simples. Estou tudo, menos desinteressada. Fui resgatada do marasmo, recolocada em movimento, novamente desafiada.
Não quero mais entender, nem encenar, nem quero que você me explique essa bagunça que fizemos de nossas vidas. 
Tudo que tenho nesse instante é um sabor inédito, um novo número de celular pra adicionar na minha agenda, uma cor de olhos que não sei definir, um corpo que se encaixa no meu e uma conversa que me mantém fascinada. Em contra partida, é como se houvesse um fio de alta tensão bem perto dos meus pés molhados... Mas considero que já desisti de me programar para qualquer tipo de eternidade.
E viva a São João. E que o futuro seja generoso conosco.