terça-feira, 17 de julho de 2012

Ex casais sim, ex amigos uma escolha...


Em 2011 243 224 casais se separaram no Brasil – estatística que leva em conta apenas as separações reconhecidas judicialmente  e 60% desse total de casais, tem filhos, isso significa que essas pessoas jamais terão a prerrogativa de  quebrar o pau, se despedir e nunca mais ver o tal do ex: com filhos no meio, a relação nunca se desfaz, a menos que um dos dois abandone para sempre o posto de pai ou mãe. Tenho a impressão que, se os casais tivessem tido o mesmo cuidado com o casamento que têm com a separação, não descasariam e também não sei dizer pra qual dos dois a separação é mais difícil...
Quando temos uma criança pequena, ela precisa da rotina de um lar, e tenho me esforçado ao máximo para que ele perceba isso, do físico ao emocional...

Quando o pequeno está longe do nosso lar, é como se eu me sentisse mutilada, por que hoje, no lar absolutamente tudo que existe é pra ele, e de uma hora pra outra a rotina de vê-lo dormindo e acordando todos os finais de semana comigo, acabou. O que era algo normal, virou um evento quinzenal, o que é no mínimo doloroso pra uma mãe. Os ex-casais tem que ter muito jogo de cintura e serem compreensivos um com o outro, e sensatos, isso significa que a posição de cobrança que um exerce sobre o outro não tem nada a ver com mais responsabilidade, proteção ou amor, é mais um jeito egoísta de eximar qualquer tipo de culpa ou dúvida trasnferindo-a pro outro, assim é sempre mais fácil. Acho que a decepção de um casamento não dar certo não tem nada a ver  com a criança, que também sente falta e que merece o maior amor do mundo de ambas as partes, independente das dores dos pais.
Nos primeiros meses, vivemos uma espécie de luto, por mais que haja respeito e admiração um pelo outro, cada um está agora tentando viver a sua maneira, nesse momento quase sempre as coisas ruins tentam se sobressair às coisas boas (que parecem estar guardadas em uma boa gaveta): provavelmente para diminuir a dor da perda, os parceiros procuram esquecer o que houve de bom, diminuindo o valor do que poderia ainda ser vivido,  acentuando as dúvidas, mágoas e ressentimentos para reforçar a decisão da separação, mas talvez, no futuro, o durar para sempre, não seja o melhor parâmetro para avaliar as relações que tivemos ao longo da vida.

Acho que toda separação é uma forma de morte.  É muito difícil lidar com todas as coisas envolvidas nesse processo e acabamos cometendo mais um montão de erros por não saber como recomeçar ou como reconstruir, transformamos muita coisa em quase nada. 
Em meio a todo o processo, meu filho me tem como sua amiga... É incrível a maneira como me abraça, o tipo de conversa que tem comigo, o quanto eu o conforto e como às vezes chora, como me pede respostas que eu não tenho... É nessa hora que, olhando nos meus olhos, percebo que aquele trocinho, por mais lindo e maduro que pareça, é a parte mais frágil da história e está passando tão cedo por uma mudança severa no percurso da vida...

E lá se vai, mais um dia com saudade do cotoco...