segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Fim de semana

Dormi agarradinha com o filhote hoje, acordei e dei de cara com um dia lindo: radiante, ensolarado e à tarde quando olhar para o céu de novo a sensação será de areia no vidro...
Hoje, demorei 2 horas a mais pra chegar ao trabalho por conta de uma paralisação, motivo pelo qual tive essas exatas duas horas a mais de sono, dentro do ônibus. Resultado: trabalho acumulado e fim de olheiras! Arrisco dizer que nos últimos tempos estou mais bonita, risos.
Percebo hoje que pequenas coisas me conferem o equilíbrio: dormir, ler e sobretudo dividir a minha vida com Caio: quando ele chega em casa, nada mais importa e a minha mente gira em torno de tudo que eu preciso fazer e meu corpo se move: dar comida, banho, café, ver as atividades da escola, checar os lençóis da cama, ver se as janelas estão abertas, pegar na orelha dele ver se tá com frio, cheirara a toalha de banho, conferir o estoque de merenda, mandar escovar os dentes, lavar os pés e organizar tudo que vamos precisar para o dia seguinte. Aí, na sequência, penso no que ele vai comer no outro dia, no almoço, nos planos para o próximo fim de semana e todo esse alvoroço de coisas me traz uma paz incrível... E para as outras coisas difíceis um amigo e um café me bastam.
A linha do equilíbrio emocional é muito tênue, e o estrago quando ultrapassamos ela é quase sempre desastroso. É como a linha do Equador, embora a gente não veja ela tá ali pra delimitar e dizer: a partir daqui temos outras situações. Então, eu, que já conheço a bandida da linha, decidi agir como um engenheiro: se não posso e não quero atingí-la mais, sob nenhuma condição, terei que definir limites de controle, faixa dentre a qual eu posso me movimentar emocionalmente com tranquilidade. Nada de duras penas. Nada de extremos, Nada de radical. Apenas dormir, pegar meu filho, sair de cena quando não puder mais divertir ninguém. Um processo de auto terapia assistido. Perder o equilíbrio é sair da condição humana e comportar-se temporariamente como um animal, então lembro de um trecho do livro Ensaio sobre a Cegueira ( J. Saramago): "Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos, façamos tudo para não viver inteiramente como animais."
Assim, decidi compartilhar Saramago como máxima da semana.