segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ser mãe...

Uma prosa sobre o ser mulher e ser mãe, nessa tarde de primavera para aliviar minha ansiedade florida... 

Dar à luz é uma transformação, não importa se você teve 500 filhos antes, nada é igual. E pra mim, será outra transformação na próxima vez que eu tiver outro filho, porque não serei mais a mesma mulher que era antes, nunca.

Pra mim, hoje, chegou a hora de parar de se preocupar, de pensar, de duvidar... Hora de ter fé que as coisas vão funcionar, talvez não como eu tenha planejado, mas apenas como está destinado a ser.


Por incrível que pareça, as noites sem dormir que estão por vir, não me assustam mais: nada mais está me assustando... Estou a dias, talvez a horas de dar à luz, e me sinto em paz... Sinto muitas outras coisas, mas o melhor: acima de tudo em paz, sensação de ter feito o melhor, o que inclui amor, leite e renúncia. Quanto ao amor, ah... ninguém nunca vai saber a força do meu amor pelos meus filhos, a não ser eles mesmos: os únicos que conhecem o som do meu coração - de dentro de mim.

Não se assustem com o que vou falar, mas eu, não nasci mulher: tornei-me mulher com a maternidade, que me permitiu mergulhar nas sombras, iluminar os medos e renascer além do que imaginava ser...

Carregar uma criança por nove meses é transformar-se por dentro e por fora: estiquei-me fisicamente o necessário para crescer emocionalmente e espiritualmente para dar a Igor tudo que ele precisava.Daqui a muitos anos, não importará os amores que tive, os carros que dirigi, o tipo de casa em que morei, quanto dinheiro consegui poupar, tampouco as roupas que vesti, mas tenho certeza que o mundo poderá ser um pouco melhor porque EU fui importante na vida de uma criança, aliás, de duas.

A vida só exige a força que você possui. Nós mulheres somos fortes, terrivelmente fortes: nós não sabemos o quão forte somos, até precisarmos ser.

Que nunca passe pelas nossas cabeças que ser mãe é um fardo, quando na verdade é uma dádiva do universo.