De volta à casa na qual viveu, encontrou a cama com cobertas limpas, o guarda roupa vazio e recém arrumado e o rack da sala com uma vida de objetos e memórias. Livros, agendas, cartas, recortes, fotos, cds, bibelôs e uma infinidade de miudezas narravam o que palavras não seriam exatas para expor. De algum modo, o que mais se fazia notar ali era uma ausência. Lembrou disso quando o rádio começou a tocar "The heart is the matter".
Anos antes, meses antes teve uma de suas piores brigas com o então grande amor da sua vida. Não saberia dizer hoje porque brigaram na época, mas aconteceu. Com medo de perdê-lo, passou noites em claro, pela primeira vez em sua vida. Ao amanhecer, saiu cantando "the heart is the matter" e carregando alguns livros e dentro do livro, inúmeras cartas que havia escrito durante todo o tempo em que esteve fora.
Tinha muitas coisas ainda naquela casa. Cds. Outros objetos. O quarto do filho. A cama em que tantas vezes tentaram se amar onde tudo começou e se arruinou. Mas nenhum deles pareciam adequados um ao outro. Não mais. Naquele momento, fosse como fosse, a história deles já era um épico - e épicos não podem ser encerrados sem um final à altura, mas ainda assim partiu jurando pra si mesma que se perdoava, partiu acreditando que o futuro seria generoso com seu novo amor....
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ResponderExcluirTatinha, escreve um livro. Prometo que compro.Uma coisa eu garanto, vai ser mais interessante do que Comer, rezar e amar.
ResponderExcluirBjsss!!!!
Quem sabe um dia, um livro???? bjo
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