Marina: " perco o pescoço mas não perco o juízo."

Em meio a tanta revolta e decepção, e das minhas falas inflamadas de que a política no Brasil é mesmo uma merda, com o perdão da expressão, fui à urna hoje exercer o meu direito e o símbolo maior da democracia (maior mesmo só se o voto não fosse obrigatório). E confesso: nunca fui votar tão consciente como hoje.
Primeiro, porquê o discusso de que todo mundo é ladrão, não exime o eleitor de sua culpa quanto ao destino do país, ao menos que os mesmos boicotassem as eleições, fato que anunciaria o Apocalipse no Brasil, suponho eu. Baseada nessa minha conclusão atrasada, porém não irremediável, parei para analisar as propostas de cada um dos candidatos e, embora as pesquisas apontem vitória de Dilma já no primeiro turno (que dentre os males é o menor, mas o menor mesmo), eu não poderia deixar de dar meu voto a Marina. Não por ser mulher, ou por ser negra porque eu não seria leviana de dar meu voto a alguém que trabalhe apenas pelas minorias, mas, justamente por ter abandonado este discusso pobre e se diferenciado dos demais quando demonstra independência e opinião própria, as quais concordemos ou não, paramos para ouvir, pois a sua história de vida impõe respeito e demonstra coragem. Embora não tenha uma base sólida para tocar o país pra frente, o governo Lula é a prova de que uma vez no poder as alianças acontecem. Enfim, sei que Marina ainda não convence a maioria, mas num cenário político decadente, onde os eleitores são infantilizados por Lula e Dilma ou obrigados a ouvir um elitista sem noção que franze a testa para a liberdade de imprensa, Marina emerge como uma terceira opção.
Mas, parte das pedras no caminho sugerem que Tiririca ocupa uma cadeira na Câmara do Estado de São Paulo e ACM Neto dispara a liderança para Deputado Federal na Bahia. De fato, ainda votamos muito pela emoção ou simpatia. Daqui a 4 anos tem mais.